TELEJORNALISMO E CONTROLE SOCIAL: A CONSTRUÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA SOBRE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56256/themis.v18i1.749

Resumo

Os noticiários, em particular, os programas policiais estão entre os meios de comunicação responsáveis pela formação da percepção de violência em nossa sociedade. Desse modo, este artigo tem como objetivo proceder a uma análise do controle social realizado pelo telejornalismo, especialmente, no que diz respeito à construção da opinião pública sobre os adolescentes em conflito com a lei no Estado do Ceará, Brasil. Para tanto, far-se-á uso dos métodos exploratório, qualitativo e bibliográfico, a partir do estudo de dados oficiais, do caso dos programas policiais do Ceará apresentado no livro “[Tele]visões: violência, criminalidade e insegurança nos programas policiais do Ceará” e de literatura especializada. Procura-se, assim, identificar o papel que o telejornalismo desempenha na formação da sensação de medo e de violência em relação aos adolescentes que cometem ato infracional e as possíveis conexões dessa imagem com os debates, locais e nacionais, quanto às propostas de redução da maioridade penal, o que reflete uma solução simplista, violenta e de privação de liberdade para um fenômeno de causas sociais complexas. 

Biografia do Autor

Vanessa de Lima Marques Santiago Sousa, Universidade Federal do Ceará

Doutoranda em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (área de concentração: Ordem Jurídica Constitucional) (2019-). Mestra em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (área de concentração: Ordem Jurídica Constitucional) (2018). Professora do Curso de Direito da UNINASSAU - Parangaba.  Integra o Núcleo de Estudos Aplicados Direitos, Infância e Justiça (NUDI-JUS/UFC) (2012), no qual desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas à garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes e coordena o Grupo de Estudos sobre as Vulnerabilidades da Infância e Adolescência (2017).

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Publicado

21-08-2020

Edição

Seção

ARTIGOS CIENTÍFICOS