A MAGISTRATURA VAI A CAMPO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES EM PESQUISAS DE JUÍZES(AS) SOBRE O JUDICIÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.56256/themis.v21i1.968Resumo
Tem-se verificado uma ampliação de pesquisas científicas sobre o Judiciário formuladas por membros da magistratura. Essa circunstância, de um lado, pode gerar certo ceticismo em relação aos resultados das investigações, ante as dúvidas acerca da presença do espírito crítico do(a) investigador(a). De outro lado, há a vantagem de haver maior conhecimento de quem formula a pesquisa sobre aquilo que é investigado. Nesse contexto, o presente artigo procura compreender a relevância científica da presença de magistrados(as) em pesquisas sobre o Judiciário para, então, apontar obstáculos e potencialidades em tais espécies de investigações. Em termos metodológicos, o texto dialoga com a tradição teórica vinda da Antropologia, que tem se debruçado sobre trabalhos etnográficos em que o(a) pesquisador(a) se volta para o seu próprio ambiente. O texto também dialoga com a Epistemologia, sobretudo a Epistemologia Crítica e seus apontamentos acerca da ausência de neutralidade do saber científico e da necessidade do engajamento social na construção do conhecimento. Ao final, conclui-se que, em um país de ampla procura cidadã pelo Judiciário, como o Brasil, as pesquisas formuladas por juízes(as) cumprem a função social que se espera da ciência, possibilitando o aperfeiçoamento do serviço público judicial.