TRÊS RAZÕES QUE EXPLICAM A INSTABILIDADE DA SUPREMA CORTE BRASILEIRA, SEUS PROBLEMAS E EFEITOS

Autores

  • Alexandre Coutinho Pagliarini UNINTER
  • Hellen Caroline Pereira Fernandes Centro Universitário Internacional Uninter

DOI:

https://doi.org/10.56256/themis.v17i2.724

Resumo

Este paper analisa cientificamente como o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro vem conseguindo manipular o contexto de julgamentos importantes por meio de três procedimentos que se configuram como razões da instabilidade da Suprema Corte do Brasil, e as razões são: (i) ausência de agenda; (ii) decisões liminares desenfreadas e contraditórias; (iii) pedidos de vista que podem ser feitos unilateralmente por cada um dos onze ministros; estes três fatos provocam total insegurança ao sistema jurídico nacional e ao cidadão jurisdicionado, uma vez que a modulação de efeitos decorrente de tais condutas acaba por interferir, bastante frequentemente, em questões políticas e econômicas altamente relevantes ou mesmo na própria estabilidade dos julgados, representando isso total desrespeito aos princípios constitucionais da segurança jurídica e da eficiência.

Biografia do Autor

Alexandre Coutinho Pagliarini, UNINTER

Pós-Doutor em Direito Constitucional pela Universidade de Lisboa. Doutor e Mestre em Direito do Estado pela PUC/SP. Professor Titular do Mestrado e da Graduação em Direito da UNINTER (Curitiba-PR, Brasil). Diretor de Relações Internacionais do Instituto de Direito Constitucional e Cidadania (IDCC). Tradutor. Advogado.

Hellen Caroline Pereira Fernandes, Centro Universitário Internacional Uninter

Assessora Jurídica do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Mestranda em Direito pelo Centro Universitário Internacional UNINTER, com bolsa produtividade. Advogada. Professora Substituta de Direito Constitucional do Prof. Dr. Alexandre Coutinho Pagliarini no Curso de Graduação em Direito do Centro Universitário Internacional UNINTER.

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Publicado

29-11-2019

Edição

Seção

ARTIGOS CIENTÍFICOS